Aumenta o movimento de peregrinos e bicigrinos em solo espanhol
Perdão
“Se um homem me fez mal, respondo-lhe com bem, com amor sincero;
quanto mais mal, tanto melhor o tratarei. Sê como o sândalo que perfuma o
machado que o fere”.
Sidarta
Gautama, o Buda.
Galícia ferve!
Agora por
terras espanholas, o Caminho Português a Santiago de Compostela oferece uma
estrutura de acolhimento ao peregrino muito melhor em comparação a Portugal, o
que se deve ao incentivo real que a governo da Galícia proporciona ao Caminho.
Afinal, o turismo religioso sintetizado no fenômeno das peregrinações é o
poderoso motor da economia da Comunidade Autônoma que tem Santiago de
Compostela como capital e que é formada pelas províncias da Corunha, Lugo,
Ourense e Pontevedra.
E, acima de tudo, a Galícia ferve no Xacobeo2010, que marca as comemorações pela passagem do Ano Jacobeo, o Ano Santo Compostelano, quando o Dia de Santiago, 25 de julho, cai em domingo e é concedida indulgência plenária, o perdão dos pecados, ao peregrino que vai a Compostela... A expectativa é superar os 179.944 peregrinos registrados no Ano Santo anterior, em 2004, com as projeções apontando para 272.000 peregrinos até o final do ano.
E, acima de tudo, a Galícia ferve no Xacobeo2010, que marca as comemorações pela passagem do Ano Jacobeo, o Ano Santo Compostelano, quando o Dia de Santiago, 25 de julho, cai em domingo e é concedida indulgência plenária, o perdão dos pecados, ao peregrino que vai a Compostela... A expectativa é superar os 179.944 peregrinos registrados no Ano Santo anterior, em 2004, com as projeções apontando para 272.000 peregrinos até o final do ano.
Meu sexto
dia de peregrinação, de Tui a Redondela, começou com chuva. Na verdade, uma
garoa, mas que criou dúvidas sobre a necessidade de usar ou não a capa. Usei no
começo, mas logo tirei, pois aos poucos o tempo foi estiando e em vários
momentos o sol brilhou.
A jornada será larga, com 30,9 quilômetros,
mas o trecho é repleto de atrações e compensa cada quilômetro. O perfil do
terreno também ajuda, apenas com uma subida rápida até Mos para depois descer
até a meta, Redondela.
Estou feliz pois o Caminho continua pela antiga Via Romana XIX (já citada, e que ligava as
antigas Braga e Astorga...) e logo no início me surpreendo com a concentração de uns 30 peregrinos em frente ao ginásio poliesportivo municipal. Sigo meu Caminho e passo pelos
conventos das Clarissas e de Santo Antonio, pela Igreja de São Bartolomeu, o
templo mais antigo de Tui, e pela Ponte da Veiga, de origem medieval, com três
arcos, sobre o rio Louro. Na sequência, bosques de carvalhos e eucaliptos,
belos e encharcados pelas últimas chuvas, desembocando na Ponte das Febres.
Trata-se de uma pequena ponte, com apenas um arco, atualmente protegida por uma
passarela de madeira. No local, um cruzeiro sinaliza onde São Telmo, patrono de
Tui, sofreu febres ao peregrinar a Compostela em 1251. Trazido de volta, não
resistiu.
O percurso
segue pelos pueblos de Magdalena e Orbenlle, com pequenos bosques e
áreas de cultivo. Depois passa por mais um belo exemplar de ponte medieval e
atravessa um polígono industrial até chegar a O Porriño – que possui albergue e
é opção para quem pretende descansar após 16 quilômetros de caminhada. Aproveito
para tomar uma xícara de café com leite e comer um bocadilho de jamón
com queijo e me surpreendo com a Igreja de Santa María de Concepcion e o
edifício do ayuntamiento, a prefeitura, obra do arquiteto local Antonio
Palacios, construída entre 1921 e 1924.
Mais cinco
quilômetros de peregrinação, agora subindo e atravessando videiras e diferentes
plantações, para chegar a Mos, a 90 metros de altitude. Entre as atrações do
pequeno pueblo, onde também funciona um albergue de peregrinos, aprecio
os edifícios da Igreja de Santa Eulália del Monte e do Pazo de Mos, datado do
século XVI, cujo escudo deu origem ao atual brasão da cidade.
Após Mos, o
Caminho agora desce por uma estrada asfaltada, que passa por pequenos pueblos,
como Santiaguiño e Galleiro, para enfim chegar a Redondela, conhecida como a
“vila dos viadutos” pelos dois grandes viadutos ferroviários construídos no
século XIX. Apesar do longo trajeto, cheguei com disposição – afinal, estava
começando a Copa do Mundo de Futebol da Fifa, na África do Sul... Em busca do
calor peregrino, fiquei no albergue municipal, na antiga Casa da Torre, uma
construção renascentista do século XVI.
Buen Camino!
#pedrasdocaminho
#10yearchallenge
Concentração
de peregrinos no ginásio poliesportivo municipal de Tui
Igreja
de São Bartolomeu, o templo mais antigo de Tui
Cavaleiros na região de Santiaguiño
Eu me senti como se estivesse neste caminho da Espanha! Bonito e histórico albergue! Parabéns
ResponderExcluirOlá, Annete. Obrigado pelo olhar, entusiasmo e por me acompanhar nesta peregrinação. Buen Camino!
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