domingo, 7 de junho de 2020

A primeira bolha...


Bolha após 37,1 quilômetros de Oporto a São Pedro de Rates

Perdão

“De um ponto de vista judaico, Jesus tampouco absorveu os pecados das pessoas ao ser expiado e crucificado. Para os judeus a única maneira de se remover os pecados é pedindo perdão: os judeus buscam o perdão de D’us pelos pecados cometidos contra Ele; buscam também o perdão das outras pessoas pelo mal que cometeram contra elas. A busca do perdão exige um senso sincero de arrependimento, a busca direta da reparação do mal causado a outra pessoa e a atitude de não cometer este erro novamente no futuro. Os pecados e transgressões são parcialmente removidos por meio de orações (que substituíram os sacrifícios de animais da época do Templo Sagrado de Jerusalém) como um modo de expiar os pecados, mas o principal é buscar corrigir o mal feito a outras pessoas”.
Trecho de texto adaptado do site www.convert.org, com permissão de Barbara Shair, tradução de Fábio Lacerda e adaptação para o judaísmo brasileiro de Uri Lam.

A primeira bolha...

Ainda sentindo o impacto do primeiro dia de peregrinação pelo Caminho Português a Santiago de Compostela (37,1 quilômetros!), a segunda etapa – nesta data, há 10 anos... – foi um passeio. Apenas 15,5 quilômetros, de São Pedro de Rates até Barcelos, o que exigiu 5 horas de caminhada.
O Caminho começa com uma subida suave até Pedra Furada/Goios, percorrendo bosques e parreirais, e em seguida se chega a Pereira, onde se encontra a Igreja do Carvalhal. Seis quilômetros depois, continuando a passar por pequenas propriedades rurais, está Barcelinhos, de onde, junto ao rio Cávado, é possível avistar na margem oposta as muralhas medievais de Barcelos.
A travessia do rio é feita sobre a ponte também do período medieval, com extensão de 100 metros e dotada de cinco arcos desiguais, cuja construção levanta a polêmica entre historiadores. Enquanto alguns datam sua implantação entre 1325 e 1328, por iniciativa de Pedro Afonso, Conde de Barcelos, outros sustentam que foi erguida algumas décadas depois por Afonso I, Duque de Bragança. O conjunto medieval contempla ainda o Paço Ducal, que abriga o museu arqueológico, o pelourinho e a Igreja Matriz de Santa Maria Maior.
Entre outros pontos de interesse histórico e religioso, Barcelos é conhecida pela lenda do galo que cantou depois de assado, também contada em Santo Domingo de la Calzada, no Caminho Francês, com diferentes pequenos detalhes. Em Portugal, o milagre livrou da forca um peregrino galego a caminho de Compostela e que estava sendo injustamente acusado de crimes inexplicáveis...
Continuei andando pelas ruas da cidade, seguindo as flechas amarelas, e só tomei conhecimento da existência do albergue municipal quando já havia decidido ficar no Hotel do Terço, anteriormente denominado Albergueria do Terço – o que, aliás, foi providencial para tratar a primeira bolha no pé direito.
Começou a chover...

Subida suave ao sair de São Pedro de Rates

Salamandra peregrina...

Flechas dos Caminhos de Santiago e de Fátima e a marca GR

Bicigrinos seguem para Santiago de Compostela

Videiras em Pedra Furada/Goios

Mais videiras ao longo do Caminho Português

À esquerda, seguindo para Barcelos

Igreja de Carvalhal, em Pereira

Cuidando da horta, em Carvalhal

Muralhas de Barcelos no preservado complexo medieval

Ruas de pedras no centro de Barcelos

Barcelos e a lenda do galo que cantou depois de assado

Postado em 07.06.10, 17h06 >>>>
Gastronomia e outros quetais...

Menu com bacalhau assado, regado a vinho verde...

O poeta Fernando Martins Braga que me desculpe, mas devo confessar que no dia que cheguei a Oporto, onde fiquei muito pouco tempo (já quero voltar!), comi uma Francesinha...
Cito o amigo lusitano, muito mais brasileiro que português, natural daqui perto, exatamente de Braga, que lhe garante o sobrenome, pois é gajo tido a tiradas, gracinhas e quetais, quase sempre a atrapalhar o raciocínio dos mais incautos.
Pois, a tal Francesinha (antecipadamente, já expliquei para a Sandra...) nada mais é do que um prato, tão ou mais típico que as Tripas à moda de Oporto e o Bacalhau, este com quase um milhão de receitas, segundo um lusitano exagerado...
A Francesinha, ou melhor, “o” Francesinha, o prato, comi no Java, centro histórico do Oporto, perto de onde fiquei duas noites antes de pôr o pé no Caminho Português, em direção a Santiago de Compostela. Indicação do amigo Jerônimo, do Residencial Oporto Novo.
Só discordei dele quando disse para saboreá-la com “uma, uma não, duas cervejas Príncipe”. Tomei uma só, Super Bock, a clara, e estava uma delícia. O Pastel de Nata não aguentei esperar até Lisboa e provei um, delicioso, no Café Majestic.
Folheados já experimentei alguns, como o de maçã, numa pastelaria em Vilarinho, já peregrinando...
Para encerrar o assunto – antes de investigar o que vou jantar hoje em Barcelos –, comi um prato de Tripas salpicado de cominho, no restaurante Alegria, em Oporto, numa viela escondida muito próxima à Estação de São Bento. Com vinho tinto maduro.
No almoço de hoje, no Galliano, considerado o melhor de Barcelos, pedi bacalhau assado, com vinho verde (resisto ao branco), sensacional.
Ah! E não esquecerei tão cedo o Prego no Prato, com tinto maduro, devorado ontem no Café Macedo, em São Pedro de Rates. Divino, apesar que deve ser levado em consideração que vinha de Oporto, com uma fome de 37,1 quilômetros...
Buen Camino!
#pedrasdocaminho
#10yearchallenge

2 comentários:

  1. Muito legal abraços e mande mais histórias abraços Alto Astral.

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  2. Obrigado! Te convido a continuar peregrinando junto comigo. Amanhã, a etapa é longa: 33 quilômetros, de Barcelos a Ponte de Lima! Vamos? Buen Camino!

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