quinta-feira, 27 de junho de 2019

Templários em Ponferrada


Principal resquício de construção templária do Caminho Francês

O Castillo de los Templarios, em Ponferrada, me surpreendeu na 22ª etapa do Caminho Francês, de Molinaseca a Cacabelos, com cerca de 25,1 quilômetros, que completei hoje, há 10 anos...
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O texto abaixo foi publicado no primeiro livro da trilogia Pedras do Caminho: Meu Encontro no Caminho de Santiago!

TEMPLÁRIOS EM PONFERRADA

Saindo de Molinaseca, depois de 4,4 quilômetros de caminhada se passa por Campo e mais 3,6 quilômetros se chega a Ponferrada, considerada a última grande concentração urbana antes de Santiago de Compostela.
Ponferrada, entre outras construções seculares, tem como destaque o Castillo de los Templarios, cujas obras de sua primeira fase teriam sido concluídas em 1282, apesar de que o castelo foi habitado pelos monges guerreiros desde 1178 até o fim da organização em 1312. Desse período, restou apenas uma muralha – todo o restante do castelo atual foi construído nos séculos XIV e XV, após ter sido confiscado e, em seguida, ocupado por Pedro Fernández de Castro. Este senhor levantou o castelo hoje existente num extremo, denominado Castillo Viejo. Durante o século XV, informa o Ayuntamiento de Ponferrada, pertenceu ao duque de Arjona, a sua irmã Beatriz de Castro e seu esposo Pedro Álvarez de Osorio, Conde de Lemos, que realizou inúmeras obras e transformou o lugar num luxuoso palácio, que passou a se chamar Castillo Nuevo.
A fortaleza, que é anunciada como o principal resquício de construção templária do Caminho, está no centro de Ponferrada e ocupa cerca de 8.000 metros quadrados de área.
As visitas aos sábados, contudo, só iniciam às 11 horas... Ou seja, desde que sai de Molinaseca fiquei enrolando no café da manhã fora do albergue, fui para frente da biblioteca municipal, onde o wifi continuava funcionando apesar de não haver expediente, e fiz o trajeto de 8 quilômetros em passo de tartaruga... Um fato inusitado é que em Campo cruzei com cinco peregrinos que fazem o Caminho a cavalo.
O comum é a pé e de bicicleta; a cavalo foram os primeiros. Cumprimentei o grupo e fiz fotos. Gostaria de ter podido conversar, saber de onde saíram, se vão direto etc. – afinal nos finais de semana e principalmente nos finais de semana aparece de tudo no Caminho –, mas passaram lotado...
Permaneci no “Godivah”, um espaço gourmet em frente ao castelo que tem folheados deliciosos. Consegui me conectar numa rede e adiantar o texto... Antes, fiz fotos externas. Aguardei a abertura da bilheteria do castelo e mediante 3 euros pude fazer fotos internas.
Sobre os cavaleiros famosos, vale lembrar que a Ordem dos Templários, de cunho religioso e militar, foi criada em 1118, por Hugues de Payens, Geoffrey de Saint Ademar e outros cavaleiros. Seguindo regras de castidade, pobreza e obediência, o objetivo era proteger os lugares santos da Palestina e os peregrinos, inclusive os de Santiago de Compostela. Consta que lideraram os exércitos das Cruzadas. Com o tempo, conquistando poder e dinheiro, construíram fortalezas, igrejas, estradas e pontes. Até que o Papa Clemente V determinou a extinção da Ordem e confiscou seus bens... O último Grão Mestre dos Templários foi Jaques Demolay, queimado em praça pública. Sua morte não representaria o fim dos princípios da Ordem, pois muitos dos seus integrantes foram abrigados em outras organizações secretas, colaborando para solidificar cada vez mais os conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

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