“Passos do Amor” na
Porta Santa da Catedral de Santiago de
Compostela, na Praza de La Quintana
Digerindo a tragédia...
Domingo, 13 de dezembro, o Arcebispado de Santiago de Compostela abrirá a Porta Santa da Catedral – para marcar o Jubileu da Misericórdia que começará, oficialmente, em 8 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição. O Jubileu é o tema da bula “Misericordiae Vultus”, algo como “procurando misericórdia”, divulgada em 11 de abril pelo Papa Francisco, que em 2016 beneficiará com indulgência plenária os peregrinos a Santiago de Compostela, antecipando o Ano Santo Compostelano de 2021 – quando o Dia de Santiago, 25 de julho, coincidirá com domingo.
Bula “Misericordiae
Vultus” foi revelada aos cardeais em 11 de abril, no Vaticano
A bem da
verdade, não haverá a necessidade de o católico peregrinar a Santiago de
Compostela para obter o perdão dos seus pecados, pois em 2016 esta graça será
concedida em muitos outros lugares do mundo, como visitando a Catedral da
Almudena, em Madri, ou o Santuário da Imaculada Conceição, em Lourdes. Ou ainda, indo à Catedral de Santos dedicada a Nossa Senhora do Rosário, conforme divulgado oficialmente pela Diocese de Santos, no litoral de São Paulo; ou também ao Santuário Santo Antônio do Valongo, cuja Porta Santa será aberta no domingo 13 de dezembro, às 8 horas, segundo anunciou o reitor, frei André Becker.
Leia o que determinou o Papa:
“Há
momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar
na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Foi
por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo
favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho
dos crentes”, diz Francisco na apresentação da bula “Misericordiae Vultus”.
No caso de
Santiago de Compostela, não deverá ser a primeira vez que a Porta Santa da Catedral, com
acesso pela Praza de La Quintana, será aberta fora de ano jacobeo. Segundo apurei no portal Xacopedia, há
informações sobre outros 60 jubileus extraordinários, determinados por motivos diversos, como início de um pontificado, aniversários importantes da Igreja, fim de
alguma guerra etc. O primeiro foi convocado pelo Papa Sisto V em
1585 e os dois anteriores ao do Papa Francisco o foram pelo Papa João Paulo II. Efetivamente, não consegui apurar se em todos esses 60 jubileus a Porta Santa permaneceu aberta. Pela lógica, creio que sim!
Numa
tremenda coincidência... não, absolutamente, coincidência não é a melhor
palavra para definir o que acontece..., mas enfim, rolando de alegria... no
mesmo dia em que fui alertado por minha irmã santiaguense Carmen Vásquez
Nolasco para a bula de Francisco – o que, deste vez, significará que a Porta Santa da Catedral estará
aberta em junho do ano que vem, quando lá estarei com minha Sandra ao final de
nossa peregrinação pelo Caminho Inglês... –, recebi fotos do frei Enrique
Roberto Lista García (que conheci junto com Sandra em 2014 na Igreja de São
Francisco de Santiago de Compostela, ao final de nossa viagem desde Assis,
perseguindo os passos de Francisco...). Em 36 imagens, que também postou no
Facebook, frei Enrique mostra seu exemplar de “Passos do Amor” em lugares
emblemáticos da Cidade Santa. E um desses lugares é exatamente em frente à
Porta Santa da Catedral!
Ao agradecer
tamanho carinho e consideração, comentei com frei Enrique a abertura da Porta
Santa da Catedral de Santiago em 2016, ao qual me respondeu alertando para a dimensão mundial do ato do papa: “Francisco
pide que haxa en cada Diocese un lugar que teña a Porta da Misericordia como
símbolo e expresión do perdón”.
Sim, em
Santos teremos de ter esta expressão, não só na Catedral como também no Santuário Santo Antônio do Valongo. Afinal, confira o que o papa determinou
em “Misericordiae Vultus”, logo após informar que, após o início do Jubileu, no
domingo seguinte (13), abrir-se-á a Porta Santa da Catedral de Roma, a Basílica
de São João de Latrão – a mesma data que deverá ser adotada em Santiago de
Compostela:
“Sucessivamente
serão abertas as Portas Santas em outras Basílicas Papais. Para o mesmo domingo
estabeleço que em cada Igreja local, na Catedral que é a Igreja-Mãe para todos
os fiéis, ou na Concatedral (igreja com esta categoria) ou em uma igreja de significado
especial se abra durante todo o Ano Santo uma idêntica Porta da Misericórdia”.
Francisco
acrescenta: “Ao juízo comum, ela poderá ser aberta também nos Santuários, meta
de tantos peregrinos que nestes lugares sagrados com frequência são tocados no
coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Cada Igreja local, então,
estará diretamente comprometida a viver este Ano Santo como um momento
extraordinário de graça e de renovação espiritual. O Jubileu, portanto, será celebrado
em Roma assim como nas Igrejas locais como um sinal visível da comunhão de toda
a Igreja”.
Sim, a
busca é sem fim!
#pedrasdocaminho
Fila para entrar pela
Porta Santa da Catedral de Santiago de Compostela, em 2010, Ano Jacobeo,
após peregrinar o Caminho Português: leia o segundo volume da trilogia Pedras do Caminho,
“Sentido do Perdão no Caminho de Santiago”
após peregrinar o Caminho Português: leia o segundo volume da trilogia Pedras do Caminho,
“Sentido do Perdão no Caminho de Santiago”
Em junho passado, ao final de
minha peregrinação pelo Caminho Primitivo:
Porta Santa da Catedral fechada...
Foto de 2013, ao final
de minha peregrinação pelo Caminho Sanabrês, o detalhe no
alto da Porta Santa: Santiago
ladeado pelos discípulos Atanásio e Teodoro
“Passos do Amor” no mausoléu de Cotolay, no Convento de São Francisco:
carvoeiro recepcionou o "poverello" em sua peregrinação à Santiago de Compostela e
fundou o convento franciscano na Cidade Santa
carvoeiro recepcionou o "poverello" em sua peregrinação à Santiago de Compostela e
fundou o convento franciscano na Cidade Santa
“Passos do Amor” na Praza
do Obradoiro, marco de 23/10/1987, do Conselho de
Europa, que declarou o
Caminho de Santiago “Itinerário Cultural Europeu”
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